quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"A censura é pior do que qualquer coisa", diz Jô Soares sobre o caso Rafinha Bastos X Wanessa

Do UOL, no Rio
  • Bob Wolfenson/Divulgação
    Jô Soares posa para a revista "Rolling Stone Brasil" (novembro/2011) Jô Soares posa para a revista "Rolling Stone Brasil" (novembro/2011)
Em entrevista a “Rolling Stone Brasil” de novembro, Jô Soares comenta o recente caso envolvendo Rafinha Bastos e Wanessa Camargo. “Se o outro do CQC fala aquela bobagem, aquela infelicidade, e continua depois falando, quem sou eu para julgar? Ele que continue falando. Se quisesse, ele devia ter continuado, ‘Não [eu também como], ela, o filho, o marido e o avô também...’. Qual é o critério que você estabelece? A censura é pior do que qualquer coisa”, conclui.
Jô também fala sobre a paródia do Carioca, que interpreta o personagem Jô Suado do “Pânico na TV”, da Rede TV! “Eu acho que não se pode proibir. Nada pior do que a proibição, porque quem tem que fazer a escolha não é a censura – é quem está assistindo. Eu acho, por exemplo, o menino que faz o Jô Suado [Márvio Lúcio, o Carioca do “Pânico na TV”]... Bem, eu acho ele magnífico! Inclusive, quando fui homenageado na Risadaria, ele veio me perguntar se poderia fazer a imitação. Você não pode é perguntar se podia fazer. Claro que sim! Tem muita gente boa, como o Eduardo Sterblitch, que é um comediante espetacular, e vários outros que entrevistei”, afirma.
No bate-papo, Jô relembra sua história e analisa o atual cenário do humor nacional. “O humor não peca quando é grosso: é quando não tem graça. Como é que você pode criterizar o humor? Pra mim, só desta maneira: se é engraçado ou não”, afirma. Ele fala sobre o inesquecível Capitão Gay, de “Viva o Gordo”, que na época chegou a ser convidado por um deputado federal de Pernambuco a subir no palanque. “Desculpe, evidentemente que eu sou a favor de tudo que você é a favor, mas eu, pessoalmente, não sou gay. O personagem é que é gay. Então eu não posso entrar vestido de Capitão Gay num palanque”, diz Jô, relembrando o que respondeu ao deputado na ocasião. “Eu acho, aliás, já falei isso e repito, que a única coisa que precisava ser politicamente correta no Brasil são os políticos”, acrescenta.
Jô mostra que tem uma opinião bem definida no que diz respeito a ser politicamente correto no humor. “Eu acho, por exemplo, que o [deputado federal Jair] Bolsonaro faz declarações muito mais incorretas politicamente do que qualquer outra coisa que um humorista tenha escrito ou falado. Aquilo, sim, é politicamente incorretíssimo e, é claro, não tem a menor graça”, pondera.

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