
“Continuo fazendo esse show, mas já estou com o repertório bem adiantado para um próximo trabalho. Acredito que até março, abril faço esse [show]. Em algum momento eu vou ter que parar para começar o outro”, diz.
Além das quatro décadas de carreira nos palcos, Ney retomou nos últimos anos sua faceta de ator. Com previsão de chegar aos cinemas ainda neste semestre, “Luz nas trevas - A volta do bandido da luz vermelha" traz o cantor no papel do bandido imortalizado por Rogério Sganzerla.
“Não é uma refilmagem, é uma continuação de uma história. É um filme tão estranho, não dá para falar dele, é um filme muito misturado. Achava que ninguém ia gostar, mas tenho visto uma reação muito boa”, explica.O segredo para a vitalidade de Ney talvez esteja no contato constante com novos artistas. Para o próximo álbum, ele prevê parcerias com o compositor alagoano Vitor Pirralho, com a banda carioca Tono, e com a Zabomba, de São Paulo.“É um trabalho bem voltado para agora, muito focado na atualidade. Eles me trazem informação, eles me trazem frescor. É muito interessante fazer isso, porque eu gosto deles. Eles me oferecem um ponto de vista atual.”Além disso, o álbum terá composições de Lenine e de Chico Buarque. Ney diz que o tom do trabalho será diferente de “Beijo Roubado”, onde revisitou sucessos de sua trajetória acompanhado por um quarteto de cordas.“Diria que é mais próximo [do 'Inclassificáveis'] porque é pop, é rock, mas é com outro ponto de vista, o enfoque é outro.”
E ao analisar o passar dos anos, Ney diz achar que o Brasil se tornou um país mais "careta". Ele classifica o episódio da prisão da cantora Rita Lee, detida em Sergipe na semana passada após seu show de despedida, como “esquisito”.
“Eu acho errado a polícia estar dentro de um ambiente de um teatro revistando as pessoas. Se a polícia quiser revistar, ver se tem arma, se tem bebida, se tem garrafa é na entrada. Lá dentro, durante o show, isso não pode acontecer, é um desrespeito. Eu não xingaria, mas eu reclamaria também.”
Mas o cantor vê com bons olhos as possibilidades que a inovação tecnológica traz. Ney diz que atualmente vive dos shows, não da venda de discos, e que a disseminação de seu trabalho pela internet acaba por permitir que ele chegue a um público maior.“No caso do show, pra mim é muito interessante, porque a imagem me precede. E eu pretendo que as [minhas] imagens sejam sempre muito atraentes, eu cuido dessas imagens. Como essas imagens me precedem, elas vão abrindo passagem para minha chegada.”Ele afirma que os 40 anos de carreira passaram muito rápido e que não tem a pretensão de se tornar um guru, idolatrado por multidões, mas que faz questão de que seu trabalho seja relevante para o público.
“Tenho a pretensão de tocar a inteligência das pessoas, tocar a sensibilidade das pessoas. No momento em que perceber que estou passando em branco eu vou me embora, eu penduro minhas chuteiras.”
O show integra a programação do 1º Festival Internacional de Artes de Brasília. Os ingressos serão distribuídos a partir das 14h no Teatro Nacional. De acordo com a organização do evento, serão distribuídos 2.500 ingressos. Saiba mais informações no site do festival.
Nenhum comentário:
Postar um comentário