'Fina Estampa' termina sem que os malvados sejam punidos

Camila Monroe
do Agora

O público bem que pediu, mas Aguinaldo Silva, autor da trama das nove, "Fina Estampa" (Globo), decidiu não punir os vilões no capítulo final, que vai ao ar amanhã.

Assim como os mocinhos Griselda (Lilia Cabral) e Guaracy (Paulo Rocha), Tereza Cristina (Christiane Torloni) e Pereirinha (José Mayer) também terminam juntos, mas de uma maneira bem diferente.
"O público queria que Tereza Cristina fosse presa, ou até que morresse. Mas isso é simples demais para uma vilã como ela foi", conta Silva.Perseguida pela polícia, a perua fará uma proposta financeira a Pereirinha para que a leve de barco à Europa.Mas Tereza não sairá ilesa: uma tempestade vai atingir a embarcação, e os dois somem, sendo apenas dados como mortos.
Especialistas dizem que saldo de 'Fina Estampa' é bom

"Fina Estampa" (Globo) termina amanhã com a positiva média de 41 pontos de audiência.
Para Rodolfo Bonventti, colaborador do livro "Memória da Telenovela Brasileira", o desempenho de Marcelo Serrado, que deu vida ao mordomo Crô, foi o ponto principal da trama."Foi o melhor trabalho da carreira do Serrado, que vinha de uma série de galãs e um vilão dos mais violentos --o delegado Dênis Nogueira, de 'Vidas Opostas', da Record-- e entrou na pele de um gay afeminado", diz ele.
Claudino Mayer, autor do livro "Quem Matou... o Romance Policial na Telenovela", diz que a trama dialogou com todas as classes."Mesmo sendo dominada por personagens emergentes. Outra qualidade foi o desapego intencional à realidade. Novela não é noticiário.Para os especialistas, Griselda (Lilia Cabral) agradou."Ela começou como uma mocinha masculinizada. É um tipo de personagem novo na TV", diz Bonventti.Mayer completa: "Um homem como René se apaixonando por uma mulher como Griselda numa esquina de Copacabana. Isso é legal, faz o telespectador sonhar."