A nova lei de TV paga restringe a atuação de uma mesma empresa nos segmentos de distribuição de pacotes, de um lado, e programação de canais, de outro. O princípio, formulado para barrar o domínio do mercado por poucas empresas, está sob risco agora, quando se trava uma disputa para sua implementação, informa reportagem de Julio Wiziack publicada na Folha desta quinta-feira.
As Organizações Globo tentam manter influência na Net --distribuidora cujo controle passou para as mãos do mexicano Carlos Slim-- e ao mesmo tempo credenciar-se como programadora independente, via Globosat.No acordo de acionistas em que transferiu o controle da Net para a Embratel, de Slim, a Globo manteve o direito de indicar representantes para o conselho da distribuidora de TV paga, que domina 38% do mercado hoje.Para a Anatel, agência que regula as teles, o arranjo não configura saída total da Globo do controle da Net. A agência exigiu a apresentação de um novo acordo de acionistas, no prazo de um ano, prevendo a retirada da Globo do controle da Net. Caso contrário, a Globosat não poderia ser classificada como independente.As Organizações Globo negam ter feito pressão para que Globosat possa ser enquadrada como independente.
Segundo Tonet Camargo, vice-presidente institucional das Organizações Globo, as novas regras da Ancine ainda estão sendo analisadas. "É uma bobagem absoluta [a interferência]", disse.
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