Uma pequena dose diária de aspirina poderia moderar a deterioração do cérebro em mulheres idosas e com risco de sofrer infarto, informou nesta quinta-feira a revista médica "British Medical Journal" (BMJ).
O estudo, realizado por uma equipe da Universidade de Gotemburgo (Suécia) e liderado pelo neurologista Silke Kern, chegou a essa conclusão após analisar 681 mulheres suecas entre 70 e 92 anos.
Praticamente todas as voluntárias tinham mais de 10% de risco de sofrer uma doença cardiovascular ou um infarto e, por isso, tomavam pequenas doses diárias de aspirina para ajudar sua prevenção.
A pesquisa consistiu em uma exaustiva enquete sobre a saúde física e a capacidade cognitiva destas mulheres, sendo que, neste caso, o objetivo dos cientistas era medir aspectos como fluência verbal e velocidade de memorização.
Durante os cinco anos que durou o estudo, 129 das mulheres tomaram doses diárias de aspirina, entre 75 e 160 miligramas.
No final deste período, os especialistas comprovaram que o declínio cognitivo era "consideravelmente menor" entre estas mulheres do que entre aquelas que não tomaram a medicação, detalhou hoje a revista britânica em sua versão online.
Segundo os responsáveis pela pesquisa, esse fato se deve à capacidade do ácido acetilsalicílico para reduzir inflamação, um fator que influencia nas doenças cardiovasculares e que também poderia estar implicado na deterioração do cérebro e no declínio cognitivo.
Segundo Kern, o mecanismo deste efeito protetor da aspirina ainda não é totalmente compreensível, mas poderia estar ligado a sua capacidade de facilitar a circulação sanguínea no cérebro.
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