terça-feira, 5 de novembro de 2013

Primeira impressão: Lady Gaga mistura referências e enche "ARTPOP" de hits

"ARTPOP", o terceiro disco de estúdio de Lady Gaga, vazou no sábado (2), mas já pode ser ouvido via streaming através do iTunes (apenas na loja americana). Logo na primeira audição dá pra fazer uma previsão: a cantora, que começou a carreira compondo para outros artistas pop, vai continuar a ser figurinha carimbada nas paradas. Embora esteja envolta em uma proposta artística tão ambiciosa quanto confusa -- que já vem estampada na capa cheia de referências, que vai de Botticelli ao artista Jeff Koons --, a cantora entrega 15 canções extremamente dançantes, guiadas pelo house e pelo electro, já característicos de sua música.

No quesito pista, "Venus" e "G". vão deixar os fãs loucos. Culpa de Gaga e seu time imenso de produtores, que trabalharam incansavelmente no álbum. Em busca de algum frescor, eles foram atrás de algumas pitadas discretas de outros gêneros. O rock e a guitarra se fundem ao bate estaca em "Aura", que abre o disco com guitarra imitando uma cítara e com batidas parecidas com Daft Punk. Pitadas de R&B aparecem apenas como inspiração em "Sexxx Dreams", com refrão que poderia ser gravado por Mariah Carey. "Do What U Want", com participação de R. Kelly, é deliciosa música black travestida de eletro. A gangsta "Jewels N' Drugs" é o exemplo mais pesado de hip-hop no disco. As letras não são nenhum arroubo. Tem canções sobre moda (duas: "Donatella", cuja a musa é a estilista herdeira da Versace, e "Fashion!"), sobre estilo de vida da loucura e diversão ("Mary Jane Holland"). "Dope", uma balada com sintetizadores enigmática, compara a falta de alguém a dependência química. Em "Applause", o hit já conhecido que só entrou no disco a pedido dos executivos da gravadora, é a música em que a cantora traz realmente uma reflexão interessante sobre sua condição de famosa – amada e odiada em proporções iguais. A faixa-título, que poderia resumir toda a ideia por trás do disco, é a que menos impressiona e poderia estar em qualquer disco anterior da cantora, como sobra. Na letra, ela pede para virem sem "subtextos e fantasias". "Meu ARTPOP poderia significar qualquer coisa", canta.

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