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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Reaberta em NY a casa onde Edgar Allan Poe passou os últimos anos

DA FRANCE PRESSE

A casa onde o escritor americano Edgar Allan Poe passou os últimos anos, e onde criou alguns de seus livros mais famosos, acaba de ser reaberta no Bronx (norte de Nova York) depois de mais de um ano de trabalhos de reforma. Poe, mestre do gótico e do horror, considerado o criador das histórias policiais, viveu em uma casa de madeira no que era então a aldeia de Fordham, periferia de Nova York, entre 1846 e 1849, quando morreu em circunstâncias misteriosas, com apenas 40 anos de idade. A casa, conhecida como "Edgar Allan Poe Cottage" esteve fechada por mais de um ano para obras, nas quais foram utilizadas "técnicas tradicionais" para devolver o aspecto original, explicou Neil Ralley, um dos guias da propriedade, administrada pela Sociedade Histórica do Bronx desde 1975.
"Poe era pobre. O que veem aqui era a casa de alguém que pertencia provavelmente à classe trabalhadora", disse Ralley.
A casa, de dois andares, teto rebaixado com pequenas janelas, está decorada com mobiliário da época, sendo conservados apenas dois elementos originais usados pelos Poe: uma cadeira de balanço e a cama na qual morreu a esposa do escritor.
Zoirusha/Domínio Público
Casa em que viveu o escritor Edgar Alan Poe no bairro do Bronx, em Nova York
Casa em que viveu o escritor Edgar Alan Poe no bairro do Bronx, em Nova York

Depois de passar vários anos na Filadélfia (nordeste dos EUA), Poe mudou-se para Nova York em 1844 com a mulher Virginia Clemm (com quem se casou quando ela tinha apenas 13 anos) e sua sogra Maria.
Mas, com Virginia atacada pela turberculose, Poe decidiu levar a família para o Bronx em 1846, em busca de um clima melhor, apesar de ela não ter resistido à doença, falecendo em janeiro de 1847.
Nos cerca de três anos que passou na casa, o escritor produziu algumas de suas obras mais famosas como os poemas "Annabel Lee" - homenagem a Virginia -, o conto "O barril de amontillado" e o ensaio "A Filosofia da Composição". Em outubro de 1849, Poe morreu em Baltimore (também no nordeste dos EUA). Como parte do projeto de renovação do lugar, foi levantado junto à casa o Poe Park Visitors Center, uma moderna construção em forma de V com grandes janelas, projetada pelo arquiteto Toshiko Mori.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

The Raven, com John Cusack, tem pôster divulgado


Foi divulgado hoje o pôster The Raven, longa protagonizado por John Cusack (Conspiração Xangai) e com Luke Evans (Blitz) no elenco.

Dirigido por James McTeigue (Ninja Assassino), a trama fala sobre um assassino brutal do século 19 que usa as histórias de Edgar Allan Poe como inspiração para seus crimes. Conforme a lista de vítimas vai aumentando, o psicopata começa a se aproximar cada vez mais do escritor e Poe precisa usar seus poderes de dedução para sobreviver e ao mesmo tempo tentar descobrir a identidade do serial killer.The Raven estreia nos cinemas americanos em 09 de março de 2012.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

L&PM publica clássicos de Edgar Allan Poe em edição de bolso

Livraria da Folha
Divulgação
Esta coletânea também inclui "O Mistério de Marie Rogêt"
Coletânea inclui "O Mistério de Marie Rogêt" e "O Coração Delator"

A editora L&PM acaba de publicar "Escaravelho de Ouro e Outras Histórias" em formato de bolso, uma coletânea de textos escritos pelo norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849).
O conto que dá título ao livro narra a história do excêntrico William Legrand, homem recluso que encontra uma nova espécie de inseto. A descoberta leva a uma sinistra caça a um tesouro escondido.
Famoso pelo poema "O Corvo", Poe reinventou o terror e o romance policial, mas também escreveu contos de humor, ficção científica e se aventurou pela filosofia e pela crítica. "Manuscrito Encontrado numa Garrafa", "O Encontro", "Morella", "A Conversa de Eiros e Charmion", "Uma Descida para Dentro do Maelström", "O Mistério de Marie Rogêt", "O Coração Delator", "Um Conto das Montanhas Escabrosas", "O Sepultamento Prematuro", "A Caixa Oblonga", "Tu És o Homem" e "O Demônio da Impulsividade" são os outros contos presentes na edição.
Leia, abaixo, um trecho do exemplar.
*
MANUSCRITO ENCONTRADO NUMA GARRAFA
Qui n'a plus qu'un moment à vivre
N'a plus rien à dissimuler.
Quinault - Atys

De minha terra e de minha família tenho pouco a dizer. Maus costumes e o passar dos anos me afastaram de uma e me alienaram da outra. A riqueza hereditária proporcionou- me uma educação fora do comum, e um modo de pensar contemplativo habilitou-me a sistematizar o repertório que o estudo precoce armazenara com muita diligência. Mais do que todas as coisas, os moralistas alemães deram-me grande deleite; não devido a alguma admiração desavisada por sua loucura eloquente, mas pela naturalidade com que meus rígidos hábitos de pensamento permitiram-me detectar suas falsidades. Fui muitas vezes repreendido devido à aridez de meu gênio; uma deficiência de imaginação foi-me imputada como um crime; e o pirronismo das minhas opiniões me fez sempre notório. De fato, um forte apego à filosofia natural matizou minha mente, receio, com um erro muito comum nestes tempos - refiro-me ao hábito de atribuir acontecimentos, mesmo os menos suscetíveis a tais atribuições, aos princípios dessa ciência. Em síntese, pessoa nenhuma poderia ser menos propensa do que eu a se deixar levar para longe das severas fronteiras da verdade pelos ignes fatui da superstição. Julguei apropriado fazer esta introdução por temer que a incrível história que tenho para contar possa ser considerada antes o desvario de uma imaginação rude do que a experiência concreta de uma mente para a qual os devaneios da fantasia eram letra morta e nulidade.
Depois de muitos anos viajando pelo estrangeiro, embarquei, no ano de 18..., no porto de Batávia, na rica e populosa ilha de Java, numa viagem ao arquipélago de Sonda. Viajei como passageiro - não tendo outra motivação senão uma espécie de desassossego nervoso que me assombrava como um demônio.
Nossa embarcação era um belo navio de cerca de quatrocentas toneladas, firmado em cobre e construído em Bombaim com teca de Malabar. Estava carregado com algodão em rama e óleo, das ilhas Laquedivas. Também tínhamos a bordo fibra de coco, açúcar mascavo, manteiga líquida, cocos e algumas caixas de ópio. O armazenamento fora feito de modo canhestro, e por isso o navio adernava.
Partimos com um mero sopro de vento e por muitos dias permanecemos ao longo da costa oriental de Java, sem nenhum incidente que quebrasse a monotonia de nosso avanço, nada que não fosse um encontro ocasional com alguns pequenos barcos do arquipélago para o qual nos dirigíamos.
Num fim de tarde, debruçado no parapeito da popa, observei uma nuvem isolada, muito peculiar, a noroeste. Ela era formidável, tanto por sua cor quanto por ser a primeira que víamos desde que saíramos de Batávia. Olhei para ela com a maior atenção até o pôr do sol, quando ela se espalhou de uma só vez a leste e oeste, cingindo o horizonte com uma estreita faixa de vapor, com a aparência de uma longa linha baixa de praia. Minha atenção foi logo a seguir atraída pela aparição avermelhada da lua e pelo aspecto pitoresco do mar. Este último estava passando por uma rápida transformação, e a água parecia mais transparente do que o normal. Embora eu pudesse enxergar com clareza o fundo, verifiquei, lançando a sonda, que estávamos numa profundidade de trinta metros. Então o ar se tornou intoleravelmente quente, carregado de exalações espirais semelhantes às que emanam de ferro aquecido. À medida que a noite caía, os menores sopros de vento se esgotavam, e era impossível conceber uma calmaria maior do que aquela. A chama de uma vela queimava na popa, sem apresentar nem o mais imperceptível movimento, e um longo fio de cabelo, sustentado com dedão e indicador, pendia sem que houvesse a menor possibilidade de detectarmos uma vibração. Entretanto, o capitão dizia não perceber nenhuma indicação de perigo, e, como estávamos sendo levados pela corrente diretamente para a costa, ele ordenou que as velas fossem recolhidas e que se lançasse âncora. Nenhum vigia foi designado, e a tripulação, constituída na maioria por malaios, ficou descansando à vontade no convés. Desci às cabines - não sem um palpável pressentimento de infortúnio. De fato, todos aqueles fenômenos me autorizavam a temer a chegada de um simum. Falei de meus medos ao capitão; mas ele não deu atenção ao que eu disse, e se afastou sem sequer me dar resposta. Meu desconforto, no entanto, não me deixava dormir e, por volta da meia-noite, subi para o convés. Assim que botei o pé no último degrau da escada do tombadilho, sobressaltei-me com um ruído alto, uma espécie de zumbir, como o som da rápida rotação de uma roda de moinho, e antes que eu pudesse descobrir seu significado, senti que o navio estremecia desde o centro. No momento seguinte, uma vastidão de espuma nos arremessou em adernamento e, cobrindo-nos por inteiro, varreu o convés de proa a popa.
*
"Escaravelho de Ouro e Outras Histórias"
Autor: Edgar Allan Poe
Editora: L&PM Editores
Páginas: 240
Quanto: R$ 12,75 (preço promocional)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

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