Medo aumentou após a morte de um estudante durante um assalto na USP. Falta iluminação e segurança nos locais investigados pelo Jornal Hoje.
Em uma rua ao lado da USP, a universidade mantém uma portaria de pedestre. Na placa a informação é que depois da 20h a entrada é controlada. Mas mesmo depois do horário, é possível entrar sem qualquer impedimento. Não há nem sinal dos vigias. Tudo escuro também na Universidade do Piauí. É impossível reconhecer quem anda por lá à noite. O problema é maior para os estudantes que moram em alojamentos no campus. No Centro de Ciência Agrária, por exemplo, os estudantes não saem mais a noite com medo da violência. O posto da polícia responsável pela segurança do centro esta fechado há mais de um ano.
“Aqui à noite nós vamos para os alojamentos e ficamos com medo por conta da falta de policiamento no campus”, diz o estudante Euriglauco Mendes Vieira.Mas durante o dia os estudantes também ficam inseguros. Na Universidade Federal da Bahia, perto do acesso para a Faculdade de Física, o lugar virou depósito de entulho e de lixo. Acaba servindo também para outras coisas e é possível encontrar restos de oferendas. Seguindo adiante, chega-se a mais uma área de mata fechada. Neste local, não se encontrou nenhuma vigilância.
"Alguns amigos e colegas já foram assaltados dentro da instituição", conta o estudante Flavio Araújo.
Mais de 70 homens fazem a segurança do campus, por onde circulam diariamente mais de cinco mil estudantes na Bahia.Já em Rondônia, a maior preocupação é a falta de segurança. São apenas quatro homens para vigiar todo o complexo, quando o ideal seria no mínimo dez vigilantes.
Vigilância que também é cobrada pelos estudantes no Rio de Janeiro. São 35 mil alunos de quase 500 cursos de graduação e pós-graduação que circulam todos os dias pelo campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diante dos casos de violência e das reclamações dos estudantes, dos professores e dos funcionários, a própria universidade fez um mapeamento dos pontos mais visados pelos bandidos. Um deles fica em frente ao Hospital Universitário e o crime mais comum é o roubo e furto de carros.
“Você chega e seu carro está arrombado. Dá uma sensação de que você tem que ficar atenta o tempo todo. Não pode ficar tranquila”, explica Joana Lins.Em todas as universidades públicas, muitos alunos que se esforçaram durante anos para conseguir uma vaga e que deveriam ter tranquilidade para aprender, agora têm um só sentimento. “O aluno se sente inseguro, meio desamparado. Você fica bem sozinho aqui. Não tem muito o que fazer não”, conclui Bruno Fernandes, aluno de medicina.Na USP, o policiamento foi reforçado desde a morte do estudante. A universidade já definiu um plano emergencial de segurança.A assessoria da Universidade Federal do Piauí explicou que já foram investidos mais de 200 mil reais na manutenção da iluminação este ano e a polícia militar vai tentar reativar o posto de vigilância que está abandonado no campus.A federal da Bahia promete dobrar este ano o número de vigilantes e de câmeras, além de melhorar a iluminação.Já a UFRJ garantiu que vigilantes e policiais militares fazem patrulhamento na cidade universitária. Lembrou que a segurança também é feita por câmeras instaladas no campus e que o número de ocorrências caiu nos últimos anos.
O Jornal Hoje tentou falar com a Universidade Federal de Rondônia, mas não obteve retorno.
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