sábado, 17 de março de 2012

Elis Regina ganha homenagem neste fim de semana no teatro da UEM

  • Alexandre Gaioto
É humanamente impossível enfiar todos os sucessos de Elis Regina num único show, em cerca de uma hora e meia. Incumbida de uma missão impossível, a cantora Rakelly Calliari já prevê a reação do público amanhã e domingo, no teatro da UEM, após os shows. "As pessoas vão ficar frustradas. Todo mundo quer ouvir sua música favorita, e a Elis gravou muito material. Não dá para agradar a todos", comenta a vocalista do Samba Sim. No ano em que Elis Regina morreu, há três décadas, vítima de uma overdose de cocaína e álcool aos 36 anos, o grupo londrinense presta um tributo com o pé no samba. Canções bem conhecidas de João Bosco, Gilberto Gil, Adoniran Barbosa e Paulo César Pinheiro ganham espaço no recorte musical. Entre os clássicos, há alguns lados B para os fãs mais ardorosos. É aí que "Sai Dessa" e "Mangueira" surgem no repertório.
Divulgação

Elis Regina: cantora morta em 1982, vítima de overdose, terá os sambas de seu repertório interpretados pelos londrinenses do Samba Sim: "Se não fosse a Maria Rita, não sei o que seria", diz vocalista Rakelly, sobre a popularidade de Elis junto às novas gerações
Esta será a segunda vez que o Samba Sim presta tributo a Elis. O primeiro foi em 2010, assumindo a trilha às quintas-feiras do mês de janeiro, no Bar Valentino, em Londrina. Por lá, Elis é homenageada anualmente, sempre com um mês dedicado ao seu repertório. E não é só de MPB, não. Tem de tudo. Bandas de rock e black music também mostram suas leituras para as canções da cantora gaúcha. "É incrível como o repertório dela pode ser adaptado a outros estilos", observa.Quem está acostumado a ver shows capengas de covers, vai sentir a diferença durante a apresentação dos londrinenses. "Virou uma desgraça. Tem um monte de gente fazendo ‘Especial Maria Rita’, ‘Especial Nando Reis’, e esses artistas estão aí, em plena atividade, fazendo turnês. Já o nosso shows exigiu pesquisa musical, estudo biográfico", comenta. Debruçada sobre a obra da Pimentinha, Rakelly ganhou uma série de lições, desde a preocupação com compositores até os arranjos musicais. "É incrível como os produtores e compositores foram essenciais para ela. Observando a obra da Elis, conseguimos ampliar nosso repertório, ganhamos uma consciência maior sobre os arranjos", diz.
Renovação
O público jovem não está distante do legado musical da Pimentinha. Uma das responsáveis pela mediação com novos fãs, segundo a londrinense, é Maria Rita, filha de Elis.
Imagem
Quando: Hoje, às 21h, e
amanhã, às 20h.
Onde: Teatro Oficina da
UEM. Preço: R$ 15
(promocional),
à venda na Genko Mix
(Maringá Park)
"Quando ela concede entrevistas, na Rolling Stone ou em outras publicações voltadas para os jovens, ela sempre responde sobre a relação com a mãe. Se não fosse a Maria Rita, não sei o que seria", observa.
Além da Rakelly nos vocais, o Samba Sim ainda é formado por André Gião (cavaco e guitarra), André Mendes (baixo) e Leonardo Cacione (bateria).
Nos shows de Elis, o público sempre ficava apreensivo. Tudo podia acontecer. Cancelamentos de shows, em cima da hora, eram comuns. Lágrimas rolando no palco também. Felizmente, Rakelly não incorporou essas características em sua performance. Sorte anossa, sem risco de ir em vão até a UEM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...