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quinta-feira, 29 de março de 2012

Em novo álbum, Maria Bethânia se aproxima ainda mais da poesia

MARCUS PRETO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

"E nós aqui, fazendo entrevista pessoalmente, essa coisa tão antiga", disse Maria Bethânia, sorrindo, assim que o gravador foi desligado. "Queriam que eu fizesse tudo pela internet, mas não consigo, não me interesso."A cantora, 65, acabava de falar de "Oásis de Bethânia", seu novo álbum, que a aproxima ainda mais da literatura --ela, que sempre usou poesia como recurso dramático-- sem afastá-la da música."Queria criar um disco sozinha, sem estabelecer uma banda, um diretor, um maestro, um produtor. E que, às vezes, não fosse preciso nem haver música para que aquilo soasse música", diz.Estar sozinha, no caso de Bethânia, significa não contar com Jaime Alem, seu arranjador há mais de 25 anos, comandando a produção.Alem está em apenas uma faixa. As outras nove foram produzidas por Hamilton de Holanda, Lenine, Djavan, André Mehmari, Maurício Carrilho, Marcelo Costa, Jorge Helder e pela própria Bethânia.Cada um, ela conta, apenas acompanhava, seguindo com o instrumento sua ideia já pronta de interpretação de cada número do repertório.Pinçou "Lágrima" (Cândido das Neves) dos anos 1930, sucesso na voz de Orlando Silva. "Calúnia" (Marino Pinto/ Paulo Soledane), dos 1950, gravada por Dalva de Oliveira. E "O Velho Francisco" (Chico Buarque), lançado pelo autor nos 1980. Há também novas de Djavan e do baiano Roque Ferreira.

Daryan Dornelles/Folhapress
A cantora Maria Bethânia, no estúdio da gravadora Biscoito Fino, no Rio de Janeiro
Pouco antes da entrevista, Bethânia leu nota em jornal carioca dizendo estar nos planos dela gravar oito CDs com canções de Chico Buarque."É tudo mentira!", cravou. Seus dois projetos para 2012, ela afirma, são o show de "Oásis de Bethânia" e apresentações de "Bethânia e as Palavras", espetáculo em que intercala (muita) poesia e (pouca) música e com o qual excursiona desde 2009.Por projeto parecido, um escândalo envolveu o nome da cantora no ano passado. Ela seria a estrela de um blog de poesia, recitando textos em uma série de 365 vídeos. O projeto poderia captar R$ 1,3 milhão via Lei Rouanet.
"Ficaram achando que era uma coisa minha. Não tem nada a ver. Fui convidada como intérprete, igualzinho Gal foi convidada para fazer o disco do Caetano ['Recanto']."O projeto já existia quando os idealizadores, Hermano Vianna e Andrucha Waddington, surgiram com a ideia, ela diz. Incomodados com a confusão, decidiram abortá-lo."Mas meu projeto de poesia continua e é fora disso. Não quero internet misturada. Quando é projeto meu, é ruim de eu voltar atrás, hein?"
Bethânia conta que ouviu só uma vez o disco de Gal Costa, cujas faixas foram escritas por seu irmão, Caetano. "O disco eu acho difícil. Mas é interessantíssima a gratidão que ele tem pela voz da Gal. É lindo ele confiar, tirar ela de uma... Lembrar a ela uma coisa em que ela reina."

quarta-feira, 28 de março de 2012

Em seu 50º álbum, Maria Bethânia aposta em mudanças sonoras e grava faixas "mais enxutas"

Renato Damião
Do UOL, no Rio

Nesta sexta (30) chega às lojas o “Oásis de Bethânia”, 50º álbum da carreira de Maria Bethânia. A capa do álbum traz uma foto do sertão alagoano feita por Gringo Cardia e durante a coletiva de imprensa realizada nesta quarta (28) na sede da gravadora Biscoito Fino, zona sul do Rio, Bethânia revelou que seu oásis é o sertão brasileiro: "Preciso lembrar que existe esse lugar no meu país. Isso me coloca do tamanho que eu sou", explicou Bethânia.

As dez faixas do CD contam com produção de diferentes artistas, que passam por Djavan até Lenine. “Foi uma escolha bem pensada, não queria voltar ao estúdio com a mesma formação. Queria que fosse apenas minha voz e um instrumento, se eu tocasse algum instrumento seria apenas eu tocando e cantando”, disse Bethânia sobre a concepção do álbum que, dessa vez, não teve criação geral do maestro Jaime Allen. O tom mais enxuto das canções se reflete nos 38 minutos que compõem o álbum, assinado por Bethânia e Jorger Heder."O Jorge é um baixista que teve relação com todos os músicos do país", contou Bethânia que dividiu o estúdio ainda com o pianista André Mehmari. "Queria o Elton John, mas o Mehmari é melhor", comparou.A "renovação", de acordo com Bethânia era um desejo antigo. “Senti vontade de fazer um álbum com a mesma estranheza causada por ‘Ciclo’”, revelou Bethânia citando o disco lançado em 1983 e prosseguiu: “Saiu como eu queria, com as mudanças sonoras que eu queria, esse é um álbum importante na minha carreira”, sintetizou.
Preciso lembrar que existe esse lugar no meu país. Isso me coloca do tamanho que eu sou
Bethânia sobre o sertão brasileiro
Bethânia divulga texto pela primeira vez
Dentre as novidades do novo álbum está um texto intitulado “Carta de Amor” ("Amar é um protesto", comparou), escrito por Bethânia e musicado por Paulo César Pinheiro. Segundo ela, a carta foi escrita para deixar de lado “dores, angústias e mágoas”. Essa é a primeira vez que a cantora publica um dos seus escritos. Indagada sobre o porquê da demora em divulgá-los, Bethânia explicou: “Temos poetas e escritores maravilhosos, escrevo para me preservar da visibilidade do palco que a minha profissão exige. Escrevo muito, desde moça, mas sempre queimei tudo depois”, contou aos risos.Em “Calúnia”, Bethânia canta “Deixe a calúnia de lado / Que ela a mim não afeta”, no entanto ela garantiu que a canção não é uma resposta a repercussão causada pelo projeto de blog criado por Andrucha Waddington e Hermano Vianna. “É um bom prólogo para todos os contextos, mas não fiz isso pensado, se o tivesse feito teria sido um ato pequeno”, mas deixou escapar que “Lágrima” foi baseada em uma carta escrita para ela por por Nélida Piñon na época: “Nélida me mandou uma carta que dizia: ‘Não derrame uma lágrima, o Brasil não merece’”.Uma das “inovações” do “Oásis de Bethânia”, por exemplo, é a canção “Fado” que conta com a viola caipira tocada por Jaime Allen, dando lugar a tradicional guitarra portuguesa usada nos fados de Portugal. “Acho linda a viola caipira e o Jaime toca lindamente essa viola”, disse. "Velho Francisco", letra de Chico Buarque, ganhou arranjos mais pesados de Lenine: "Lenine é um gênio, dá uma pancada no violão e estremece tudo", elogiou.
Música inédita de Caetano estará no show
Maria Bethânia planeja subir aos palcos no segundo semestre de 2012. No repertório do show, ela revelou que cantará uma canção inédita de seu irmão, Caetano Veloso, composta em 67 a partir de um poema do poeta Sá de Miranda: "A música acabou sobrando no disco, mas vou fazer no show", contou. Ainda sem previsão de estreia, Bethânia acredita que o show "será diferente" e promete uma "mudança cênica" para acompanhar o novo projeto.Famosa por recitar poemas em seus espetáculos, Bethânia mais uma vez citou Fernando Pessoa como o "poeta de sua vida" e reclamou do mundo de hoje, onde, segundo ela, falta delicadeza: "Esse disco para mim é uma coisa muito forte, verdadeira e delicada. E o mundo está sem delicadeza, quando vejo esse trabalho sinto que eu segui, que achei uma brecha. Me conforta, me deixa vaidosa”, confessou.Com mais de 40 anos de carreira, Bethânia não costuma ouvir seus trabalhos antigos e nem pensa em mudar seu visual: os cabelos se tornaram icônicos. "Cabelo esquenta, é bom", brincou ela que se disse avessa ao mundo virtual: “Não entendo nada de internet, mas se isso ajuda nosso trabalho é interessantíssimo", opinou. Nesta quarta (28) foi lançada a Rádio Bethânia, com todos as músicas gravadas pela cantora.

"Oásis de Bethânia" (Biscoito Fino)
1 – Lágrima (Candido das Neves)
2 – O Velho Francisco (Chico Buarque)
3 - Vive (Djavan) - Inédita
4 - Casablanca (Roque Ferreira) Inédita
5 - Calmaria (Jota Velloso) - Inédita
*Citação: Não Sei Quantas Almas Tenho (Bernardo Soares) Edição Fauzi Arap
6 - Fado (Roque Ferreira) - Inédita
7 - Barulho (Roque Ferreira)
8 – Calúnia (Marino Pinto / Paulo Soledane)
* Citação: Lágrima (Sebastião Nunes / Garcia Jr. / Jackson do Pandeiro)
9 - Carta de amor (música e letra: Paulo Cesar Pinheiro) - Inédita
* Texto: Maria Bethânia
10 – Salmo (Rafael Rabelo e Paulo Cesar Pinheiro)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Paul McCartney lança novo álbum

Paul McCartney lança 'Kisses on the Bottom' nesta segunda (6). Foto: Getty Images Paul McCartney lança 'Kisses on the Bottom' nesta segunda (6)
Foto: Getty Images

Paul McCartney lança nesta segunda-feira (6) o álbum Kisses on the Bottom, disco de covers de clássicos do jazz dos anos 1920, 1930 e 1940. Inspirado pela música ouvida na casa de seus pais, o ex-Beatle se cercou por grandes nomes da música, como Diana Krall, Eric Clapton e Stevie Wonder.
 
Entre as canções do CD, estão Bye Bye Blackbird, clássico de 1926, Home (when shadow falls) e as inéditas Only our Hearts, última faixa do álbum, e My Valentine, escrita em um Dia dos Namorados que passou no Marrocos com sua mulher, Nancy Shevell.
McCartney afirmou que o álbum tem muita ternura e é intimista. "É um CD que escutamos voltando do trabalho, com uma taça de vinho, ou uma xícara de chá", explicou recentemente.
Ainda este ano, o ex-Beatle promete lançar um álbum de músicas inéditas.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Madonna divulga capa de novo álbum de estúdio

Madonna divulgou em seu perfil oficial no Facebook a capa de seu novo álbum. O disco, chamado "MDNA", está previsto para chegar às lojas em 26 de março.
Este será o primeiro álbum de inéditas desde "Hard Candy", de 2008.
O primeiro single de "MDNA" será "Give Me All Your Luvin", parceria de Madonna com Nicki Minaj e M.I.A. A faixa vai ser lançada em 3 de fevereiro.
Divulgação
Capa do novo álbum da cantora Madonna, "MDNA"
Capa do novo álbum da cantora Madonna, "MDNA"

sábado, 10 de dezembro de 2011

Afastado do 'CQC', Rafinha Bastos lançará CD este mês

Rafinha Bastos se lança como cantor no dia 19 de dezembro. Foto: TV Press Rafinha Bastos se lança como cantor no dia 19 de dezembro
Foto: TV Press

Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, Rafinha Bastos falou sobre sua suposta saída do CQC, convites internacionais e a carreira de cantor. O humorista afirmou que lançará no dia 19 de dezembro um CD pela internet, em seu site oficial. Segundo ele, esse é o momento certo para tudo isso, já que quando estava na bancada do programa da BAND, o lançamento pareceria "meio Maurício Mattar". Rafinha compôs duas músicas do álbum.
O comediante também contou que foi convidado para participar de clubes de comédia em outros países, principalmente nos Estados Unidos, mas que ainda não se apresentou em nenhum deles. Sobre a saída do CQC, foi econômico nas palavras e disse que se dá bem com todos, até os que rebateram as suas declarações. Rafinha Bastos afirmou que está esperando o momento certo para falar, mas que há 99% de chances de ele não falar nada. O humorista está afastado da Band após declarar que "comeria" a cantora Wanessa e seu bebê.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Álbum póstumo de Amy deve atingir o topo das paradas britânicas

O álbum póstumo de Amy tem vendido mais do que o lançamento de Natal de Michael Bublé, 'Christmas'. Foto: Getty Images O álbum póstumo de Amy tem vendido mais do que o lançamento de Natal de Michael Bublé, 'Christmas'
Foto: Getty Images
O álbum póstumo de Amy Winehouse, Lioness: Hidden Treasures, deve atingir o topo das paradas britânicas no próximo domingo (11). As informações são do NME.

 
O álbum tem vendido mais do que o trabalho de Natal de Michael Bublé, Christmas, que ficará com o segundo lugar. O número um da última semana, Olly Murs deve cair para a quarta posição e Rebecca Ferguson, com o álbum de estreia Heaven, para o terceiro lugar.
Entre os dez primeiros estão Rihanna, Adele, Ed Sheeran, Coldplay e Bruno Mars.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Queen vai lançar série de duetos de Freddie Mercury e Michael Jackson em 2012

Baterista Roger Taylor nega disco de inéditas com demos de Mercury

 

Michael Jackson e Freddie Mercury
Michael Jackson e Freddie Mercury
Alguns duetos de Freddie Mercury e Michael Jackson serão lançados em 2012, pelos integrantes remanescentes do Queen.
No final de outubro, o guitarrista Brian May anunciou que lançaria um novo álbum com gravações inéditas de Mercury. Agora, no entanto, Roger Taylor eliminou essa possibilidade.
Em entrevista à revista Ultimate Classic Rock, o baterista revelou que ele e May vasculharam os arquivos da banda, mas que não há material suficiente para um disco inteiro. "Devo dizer, não haverá um álbum. Simplesmente não há o suficiente, e a última coisa que eu quero fazer é ter que 'raspar o tacho'", explicou.Ainda assim, os fãs de Mercury terão a oportunidade ouvir algumas raridades. "Há algumas faixas ótimas que Freddie gravou com Michael Jackson, em que eu e Brian estamos trabalhando e que estão muito boas. Então em algum momento, acho que elas vão ser lançadas, quando encontrarmos uma boa ocasião. (...) Temos umas coisas interessantes, que provavelmente vão sair no fim do ano que vem", contou Taylor.
Atualmente, Taylor e May estão trabalhando em uma continuação para o musical de teatro We Will Rock You, escrito com o comediante Ben Elton. Outro plano dos integrantes remanescentes é uma turnê, com Lady Gaga sendo cotada como vocalista, entrando no lugar de Paul Rodgers, que deixou o grupo em 2009.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pai de Amy Winehouse sofre para ouvir álbum póstumo


Por Mike Collett-White e Sarah Mills


LONDRES (Reuters) - O novo álbum póstumo de Amy Winehouse, "Lioness: Hidden Treasures", chega às lojas na segunda-feira, mas o fã que terá mais dificuldades para ouvir as músicas é o pai dela.
Mitch Winehouse, que criou uma instituição de caridade em nome de sua filha depois que ela morreu em, julho aos 27 anos, ouviu a coleção de 12 músicas já gravadas a partir de 2002, um ano antes do lançamento do álbum dela de estreia, "Frank".Mas ele disse que a experiência tinha sido "difícil", com as memórias da morte da filha ainda recentes."Nós achamos muito difícil ouvir a música de Amy, mas tivemos que ouvir porque se não estivesse no padrão esperado, não teríamos permitido que fosse lançada", disse Mitch à Reuters em entrevista recente."Nós não ficamos agradavelmente surpresos. Ficamos impressionados com quão maravilhoso é o álbum. (Mas) no momento eu não posso ouvi-lo. Nos anos que virão eu serei capaz."As primeiras resenhas do álbum, lançado pelo selo Island Records da Universal Music, têm sido mistas.
Winehouse lançou apenas dois álbuns em sua breve carreira. "Back to Black", de 2006, apresentou os hits "Rehab" e "Love is a Losing Game", que a confirmaram como um grande talento e conquistaram cinco prêmios Grammy.A artista famosa por seu penteado bufante e sua voz cheia de alma lutou contra o vício de álcool e drogas, teve um casamento conturbado e apareceu muitas vezes nas manchetes pelas razões erradas.Quando Winehouse morreu em sua casa no norte de Londres, havia níveis elevados de álcool no sangue, e sua última performance filmada foi na Sérvia em junho, quando a cantora foi vaiada pela multidão enquanto lutava para executar as músicas e ficar em pé.O álbum está atualmente no topo da lista dos mais vendidos da Amazon britânica antes mesmo do seu lançamento na segunda-feira.

Faixas de disco vão do estrelato à ruína física de Amy Winehouse

THALES DE MENEZESFOLHA
DE SÃO PAULO

Até que demorou. O primeiro disco póstumo de Amy Winehouse (1983-2011) chega às lojas na próxima segunda-feira. Traz gravações que cobrem toda a carreira dela.
Quando morreu em 23 de julho, por excesso de consumo de álcool, o mundo sabia que ela tinha várias gravações inéditas, inclusive muitas registradas no Caribe, durante seu "exílio" muito louco na ilha de Santa Lúcia. O responsável pelo garimpo do material de "Lioness: Hidden Treasures", Salaam Remi, foi o primeiro produtor de Amy. Ela tinha 18 anos quando foi encontrá-lo em Miami, em 2002.
A coletânea lançada agora tem uma faixa gravada no primeiro encontro deles: uma versão de "Garota de Ipanema" em voz e violão. O marco zero da carreira de Amy.

Andrea De Silva - 8.mai.09/Reuters
A cantora Amy Winehouse durante apresentação no St. Lucia Jazz Festival, no Caribe, em maio de 2009
A cantora Amy Winehouse durante apresentação no St. Lucia Jazz Festival, no Caribe, em maio de 2009

"Quase nada é relevante no material gravado no Caribe", disse Remi à Folha. "Fiz uma seleção de takes que valem a pena. No caso de Amy, muitas vezes o emocional é mais relevante que a técnica."
Isso justifica a inclusão de faixas como "Like Smoke".Letra belíssima numa gravação demo com frases quase desconexas de Amy. Nas, seu amigo rapper, gravou o vocal após a morte da cantora.
Remi não acredita em outro álbum póstumo. "Não enxergo nenhuma chance, não há material suficiente."
Para o produtor, não seria justo com ela. "Agora as pessoas vão falar cada vez menos das polêmicas e se concentrar mais em seu legado."
Por isso, ele defende que apenas o que considera impecável deva ser divulgado. "Talvez uma música aqui ou ali possa aparecer para satisfazer o mercado, mas preservando a dignidade de Amy."
LIONESS: HIDDEN TREASURES
ARTISTA Amy Winehouse
LANÇAMENTO Universal
QUANTO R$ 30, em média

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Caetano Veloso introduz Gal Costa na eletrônica e na estética agressiva em "Recanto"; saiba como é o novo disco da cantora

MARIANA TRAMONTINA
Editora-assistente de Entretenimento
  • A cantora Gal Costa e o músico Caetano Veloso durante coletiva de imprensa do lançamento do novo CD de Gal, no Hotel Emiliano, em São Paulo (30/11/11) A cantora Gal Costa e o músico Caetano Veloso durante coletiva de imprensa do lançamento do novo CD de Gal, no Hotel Emiliano, em São Paulo
O novo disco de Gal Costa. Ou o novo disco de Caetano Veloso. O rosto estampado na capa, o nome e a voz são dela. As composições, a produção, as ideias e a concepção são todas dele. "Recanto", que chega às lojas no dia 6 de dezembro, é o resultado de mais uma parceria inusitada: não pela colaboração em si, que já data de décadas, mas pela aposta em inserir batidas eletrônicas e experimentações sonoras na discografia de uma das vozes mais emblemáticas da música popular brasileira.  O histórico de Gal e de Caetano encontram amparo na coragem e na vontade de inovar constantemente, como fez em "Gal" (1969) ou no show "O Sorriso do Gato de Alice" (1994), e "Recanto", para ela, é mais uma guinada em sua carreira. "É um disco ousado, arrojado, que tem a ver com tudo o que ele [Caetano] é e eu também, tem a ver com a nossa vida", resume Gal. Mas, ela diz, o experimentalismo da vez não deveria assustar os mais conservadores. "Se meu público está preparado para receber este trabalho? Acho que está. Tem que estar, né?", ela diz incisiva durante conversa nesta quarta-feira (30) com um grupo de jornalistas em um hotel de São Paulo. 
 
  • Divulgação Capa do disco "Recanto", de Gal Costa (2011)
A cabeça pensante por trás de todo o trabalho, no entanto, preferiu aparecer apenas nos créditos. "Está lá no encarte: 'todas as canções compostas por Caetano Veloso'", ele lembra. "Não era o caso de 'Domingo' (1967), que eu dividia os vocais com ela. Então isso basta, porque é um disco da cantora. A cara e a voz são dela", resume Caetano, citando como referência "IRM" (2009), disco que o cantor Beck compôs e produziu para a francesa Charlotte Gainsbourg.
 
"Recanto" foi composto quase inteiramente para caber à voz de Gal Costa. Em um processo longo e vagaroso, que começou no ano passado, Caetano criou nove das 11 faixas do disco especialmente para este registro --"Madre Deus" e "Mansidão" já ganharam registros de outras vozes anteriormente. O álbum foi desenvolvido quase todo via fibra ótica: pela internet, Gal recebia em Salvador as bases que o produtor Kassin a enviava do Rio de Janeiro para cantar. "As primeiras bases eram muito cruas, sem nenhum elemento. Era sempre o clique para marcar o andamento, mas nada confortáveis", lembra Gal, que ainda não conhece Kassin pessoalmente, e que também trabalhou com o afilhado Moreno Veloso e outros músicos convidados.  
 
Apesar de elementos eletrônicos, "Recanto" não tem efeito dançante. As batidas são lentas, algumas delas aproximando-se do trip-hop. O álbum carrega uma carga de agressividade, estética e temática, que são contrastadas pela tonalidade doce que Gal adiciona às faixas. "Eu queria que as canções não fossem recatadas, não evitassem ideias dificeis nem palavras pesadas ou sons desagradáveis. Porque eu sabia que o 'cool' da voz da Gal poderia conviver com segurança e autoridade em meio a tudo isso", conta Caetano. 
Eu queria que as canções não fossem recatadas, não evitassem ideias dificeis nem palavras pesadas ou sons desagradáveis. Porque eu sabia que o 'cool' da voz da Gal poderia conviver com segurança e autoridade em meio a tudo isso
Caetano Veloso
Faixa-a-faixa
A faixa de abertura, "Recanto Escuro", é uma espécie de biografia cifrada de Gal. Entre batidas secas de programação --que parecem, de propósito, estouradas na caixa de som-- ela desliza a voz por uma letra tristonha: "cool jazz me faz feliz e só, não tenho jeito, o álcool só me faz chorar". A abstrata "Cara do Mundo", na sequência, traz uma melodia torta de blues, que segue a linha de programação eletrônica, sem guitarras ou baixo, apenas com uma bateria marcando o tempo e a voz de Gal em primeiro plano.  
A balada anticonvencional "Autotune Autoerótica", como sugere o título, faz uso de uma ferramenta tecnológica muito presente na música pop atual: o autotune, que modifica e distorce a voz do cantor. Aqui, Gal abusa de agudos: "Americana global, minha voz na panela lá, uma lembrança secreta de plena certeza". 
A quarta música do disco, a sombria "Tudo Dói", aborda a vida como barra pesada. "Viver é um desastre que sucede a alguns, nada temos sobre os não nenhuns", ela canta. É a faixa preferida de Gal e de Caetano no disco. "Ela sintetiza de uma forma totalmente diferente o disco e a bossa nova. Ela tem a estranheza, a irreverência, a beleza, a sonoridade... não sei explicar, tudo nela tem um componente 'joãogilbertiano', que para mim é uma coisa maravilhosa", disse Gal em entrevista.
O primeiro single do álbum, "Neguinho", é como um remix com melodia falada. "O Menino", sexta canção do disco, trabalha com banda. Aqui Gal canta acompanhada de bateria, guitarra e baixo, com poucas interferências eletrônicas."Madre Deus" e "Mansidão", as duas músicas seguintes, foram feitas por Caetano em outras ocasiões. Aqui, a primeira ganhou roupagem etérea com a voz de Gal sob barulhinhos e poucos elementos sonoros. A segunda, um contraste com "Tudo Dói", ainda traz resquícios dos barulhinhos anteriores, mas aqui ao som do piano de Daniel Jobim e do cello de Jaques Morelenbaum."Sexo e Dinheiro" brinca com jogo de palavras, sem dizer muito. Um dos destaques do disco é "Miami Maculelê", uma referência ao funk carioca com a voz de Gal imbuída no autotune, sons de video-game e versos de Caetano em forma de rap. Quem fecha o álbum é "Segunda", uma canção rural acompanhada de cordas, e a única sem qualquer elemento eletrônico. 
Gal se diz orgulhosa do resultado. "Caetano tem capacidade de fazer coisas tão redondas para mim, para o meu canto, que é um prazer indescritível. Caetano gosta muito do ser 'cool'. Porque eu sou cool, né? E ele gosta muito disso", ela diz, séria. E com seu rosto estampado na capa do disco, Gal é incisiva: "Este disco é a minha cara".

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Novo CD-Dramático, cantor diz que Elimar e Elymar Santos são duas pessoas

'No palco, viro para o Elimar e digo: 'sai daqui, quem manda sou eu'', explica.
Cantor fala ao G1 sobre 'Elymar canta Marrom', homenagem para Alcione.

Braulio Lorentz Do G1, em São Paulo
O cantor Elymar Santos (Foto: Divulgação)O cantor Elymar Santos (Foto: Divulgação)
No meio do bate-papo com Elymar Santos, veio a revelação: do outro lado da linha não falava o dono de hits como "Escancarando de vez" e "Taras e manias". Quem conversava com o G1 era Elimar, nome real do pacato carioca que se divide entre o bairro de Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e o Leblon, da Zona Sul. Mas falava sobre o outro."Elymar canta Marrom", CD-DVD que homenageia Alcione, mostra que o cantor ainda tem o que dizer. Em entrevista por telefone, Elimar diz que cria personagens também na interpretação das canções, com diferentes nuances para músicas diferentes. "Sempre tive consciência e intimidade com o palco desde quando cantava no bar da esquina. A noite me deu isso", relata, e não nega, "gosto de drama".
O cantor de 59 anos lembra que passou a ser notado a partir de 1985, quando alugou o Canecão, famosa casa de shows carioca que fechou as portas em 2010. A apresentação aconteceu quando os palcos de Elymar ainda eram os bares. E diz que o "crowdfunding", prática usada hoje especialmente pelos fãs de música indie que compram cotas para viabilizar o show de seus artistas preferidos, é coisa que ele fazia antes de a internet existir.

G1 - Em 'Elymar canta Marrom', há músicas em que você canta sorrindo, as que você parece estar mais emocionado e as cantadas de forma mais sóbria. Você pensa nas diferentes nuances antes de cantar?
Elymar -
Nunca penso nada. Antes, meu show era envolvente e com 80 pessoas em cena. Sempre tive consciência e intimidade com o palco desde quando cantava no bar da esquina. A noite me deu isso. Sou um contador de histórias. "Evita" [musical dos anos 80, no qual interpretava Che Guevara] foi importante para meu lado de ator. Eu crio personagens. O sorriso tem a ver com o que estou cantando, a cara mais sofrida tem a ver com aquela história. Nada é premeditado. Eu não fico no espelho treinando as minhas caras. O Elymar do palco é com "y" e o Elimar que está falando com você agora é com "i". No palco, viro para o Elimar e digo: "sai daqui, quem manda sou eu".Sou um contador de histórias. Eu crio personagens. O sorriso tem a ver com o que estou cantando, a cara mais sofrida tem a ver. Nada é premeditado. Não fico no espelho treinando minhas caras. O Elymar do palco é com 'y' e o Elimar que está falando com você é com 'i'. No palco, viro para o Elimar e digo: 'sai daqui, quem manda sou eu.'"
Elymar Santos, cantor
G1 - Você ficou muito arrasado quando o Canecão fechou?
Elymar -
Fiquei órfão. Esse "Canta Marron" é importante. Resgatei um momento da minha vida, porque é meu retorno à [gravadora] EMI. Estava fora de lá há onze anos. Eu estava órfão de pai e mãe, sem a gravadora onde eu gravei a maioria dos meus sucessos e sem o Canecão.
G1 - Você fez mais de cem shows no Canecão. Sabe quantos foram?
Elymar -
Há cinco anos, fiz o DVD com minha centésima apresentação. Eu devo ter aproximadamente 120 shows no Canecão. Em uma das comemorações, nos 30 anos, fiz um show chamado Templo das canções, em homenagem ao Canecão. É uma pena que a ignorância tenha levado ao fim.
G1 - Quantas vezes já contou a história do dia em que alugou o Canecão?
Elymar - Muitas. Durante um momento, me incomodou um pouco. Eu já tinha feito tanta coisa legal, ganhei prêmios de teatro em São Paulo como Guevara. Teve um tempo em que tinha que pedir para a gravadora: "falo de qualquer coisa, menos do Canecão". Mas eu sei que foi um marco da minha carreira. Tenho orgulho dessa história. Hoje eu gosto de falar disso. Ninguém conversa comigo sem falar disso. Se você não fala, eu acabo tocando nesse assunto.
G1 - Hoje, acredita que seria possível alguém repertir esse feito?
Elymar -
Não daria certo. Alguns, depois que fiz, tentaram fazer, no mesmo palco até. Sempre que tentavam fazer isso, me procuravam para entrevistar. Diziam: "Elymar faz escola". Mas já deu. Essa laranja já foi espremida comigo. Não seria mais uma novidade. Não fui o primeiro a fazer isso, foi a primeira vez isso se tornou público. Em 1985, era diferente de hoje. Hoje as pessoas são independentes. Elas produzem seus DVDs, CDs. Não tinha muito disso antes. Soltaram-se as amarras, as pessoas vão à luta.
Elymar Santos lança o disco 'Elymar canta Marron', em homenagem aos 40 anos de Alcione, que participa do disco (Foto: Divulgação)
Elymar Santos lança 'Elymar canta Marron', em homenagem aos 40 anos de Alcione, que participa do disco (Foto: Divulgação)
Eu gosto de drama. Sou chegado em um tango. Eu tenho um lado Gardel, que faço bem. Temos a ideia de pegar tudo que já gravei em espanhol e fazer um CD, com músicas de outros artistas e as minhas traduzidas."
Elymar Santos, cantor
G1 - Hoje, há outro esquema para produzir shows, chamado de crowdfunding. Os fãs compram cotas dos shows, de bandas brasileiras e gringas. No Rio, há um projeto chamado Queremos. Você conhece essa iniciativa, qual sua opinião?
Elymar -
Já fiz isso, sem internet. Eu ia ao bar da esquina, fui juntando dinheirinho. Tive ajuda de amigos para fazer os shows. É como a música do Gonzaguinha: "Ninguém é feliz sozinho". Hoje, ganho com música para gastar com música. Peguei uma época em que os artistas eram valorizados. Eu sempre aproveitei as renovações de contrato [com gravadoras]. Hoje, produzo meus espetáculos se preciso for. Não precisaria da internet, não. Minhas produções são caríssimas, não é algo comum de ser feito. Trabalho o ano todo para gastar com a estrutura do palco. Sou um guerreiro. Com diz [Geraldo] Vandré, "não espero acontecer, faço minha hora". Sou um empresário.
G1 - Você também canta em espanhol. Ouvi recentemente sua versão para 'Corazón partío', do Alejandro Sanz. Você gosta de cantar em outras línguas?
Elymar -
Tento só um "espanholzinho". Eu gosto de drama. Sou chegado em um tango. Eu tenho um lado [Carlos] Gardel, que faço bem. Temos a ideia de pegar tudo que já gravei em espanhol e fazer um CD, com músicas de outros artistas e as minhas traduzidas.

G1 - Por que não seguiu também a carreira de ator?
Elymar -
  Vira e mexe, sou convidado para alguma coisa. Ia atuar no filme sobre a minha história, "Elymar guerreiro e sonhador". Está na fase de captação de recursos. Seria dirigido pelo Alberto Salvá, mas ele morreu. Não sei o que vai acontecer. Não consegui me apaixonar pela atuação. Exige mais de mim e me rende muito menos. Agora mesmo estou com duas propostas de teatro, mas tenho que ficar de quinta a domingo lá... E meus shows?
G1 - Por ser de Ramos, como você viu a pacificação do Complexo do Alemão?
Elymar -
Agora, estou em Ramos [bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro], não no Leblon [bairro da Zona Sul, onde também mora]. Gosto de estar com meu povo. Fiquei aqui acompanhando tudo. Foi uma aflição. Você acaba tendo intimidade com aquelas pessoas. Nessa fogueira, tinha amigos criados comigo. Nasci e fui criado no Morro do Alemão. Eu me acho um pouco responsável pelas transformações que estão acontecendo no bairro. Paro na frente da Igreja da Penha e oro tanto... Eu não boto o pé na rua sem orar com meu terço pedindo paz para o mundo. Não sei se é psicológico, mas sinto uma leveza no ar aqui. Nunca andei tenso, porque conhecia cada palmo do chão. Mas hoje sinto uma brisa mais leve.

Gal Gosta é mera vocalista de seu novo CD, composto por Caetano

MARCUS PRETO/FOLHA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Gal Costa é a voz, mas é Caetano que canta.

Há seis anos longe dos estúdios e das canções inéditas, a cantora lança agora o experimental "Recanto", trabalho concebido, composto e dirigido por Caetano Veloso.
Ele escreveu nove músicas especialmente para o projeto. Outras duas, "Madre Deus" e "Mansidão", também dele, já foram gravadas antes, mas são obscuras.
"Recanto", portanto, não quis facilidades. Ele é fruto do mesmo desejo de ruptura estética --musical e poética-- que guiou Caetano na criação de "Cê" (2006) e "Zii e Zie" (2009), discos em que é amparado por um trio de rock.

Daryan Dornelles/Folhapress
Gal Costa e Caetano Veloso no Rio
Gal Costa e Caetano Veloso no Rio

"Diferentemente de 'Cê', senti a necessidade de experimentar com música eletrônica. E as ideias que vinham me pareciam mais bonitas na voz pura de Gal", explica ele.
"A interpretação dela tem mais a ver com emissão [técnica] do que com intenção. E isso é crucial para os sonhos de uma música composta com sons eletrônicos."
Há arranjos em que a voz de Gal desliza sobre bases radicalmente eletrônicas. A de "Neguinho", criada por Zeca Veloso, filho de Caetano, poderia facilmente estar em um trabalho de Lady Gaga.
Isso tudo é o oposto do que Gal vinha fazendo nos últimos 15 anos, pelo menos. Em seus trabalhos recentes, era acompanhada por orquestras, recitais de violão, relia clássicos de Tom Jobim e de outros standards da MPB. Caetano --que também vai assinar a direção do show, previsto para março, no Rio-- chama "Recanto" de "meu trabalho composicional de agora". Diz que "quis fazê-lo com o som da voz dela". Em consonância com ele, Gal diz que "não teve contato nenhum com a feitura do disco. Caetano fez tudo". E como é, para Gal, ter seu nome estampando a capa de um álbum em que as ideias não são suas? Como é ser "apenas" a vocalista de seu próprio CD?
"Eu mesma disse para ele: 'Caetano, esse disco é seu'", assume. "Mas sempre foi assim. Em todos os meus discos para os quais ele compôs, eu não pedia temas. Ele fez o que quis. Gosto de ser carregada."
Sempre foi assim. Desde os tempos tropicalistas, e mesmo antes deles, Gal Costa esteve vinculada a pessoas que lhe deram os empurrões de que ela precisava para ir além de sua escola inicial: a do canto puro de João Gilberto. Caetano e Gil foram exemplares disso nos anos 1960. O poeta Waly Salomão fez o mesmo em "Fa-Tal", o emblemático show de 1971, e de novo em "Plural", de 1990. O empresário Guilherme Araújo (1937-2007) a alçou a sucesso comercial no final dos 70. "Minha voz está a serviço dos meus amigos, das boas canções, das coisas com que estou conectada. Sempre esteve", diz. "Quando eles [Caetano e Gil] ficaram exilados [no final dos 1960], eu fiquei aqui cantando suas canções. Pouca gente tem essa capacidade de expressar a palavra musicada através da voz. Essa é a minha função." Gal fala do assunto com serenidade. Parece acostumada à cobrança por constante renovação, por ter de novo a "atitude" que um dia teve. Vê conexões claras entre essa sua característica e os versos de "Recanto Escuro", canção do novo álbum: "Não salto, mas sou carregada/ Por asas que a gente não tem".
"Caetano decifrou isso muito bem nessa canção", diz. E ele rebate: "Mas não foi isso o que eu quis dizer. Foi justamente o contrário. Você, quando canta, parece que é carregada por asas que a gente não tem, que mais ninguém no mundo tem". A maior parte das letras, conforme planejado pelo compositor, são mesmo bem herméticas, enigmáticas. "Cara do Mundo" chega ao máximo da complexidade. "Cara do mundo/ Cara de peixe-boi/ Cara de tudo/ Cara do que já foi/ Pássaro azul/ Deserto-jardim/ Presunto."
É possível cantar uma música com propriedade sem entender o que ela quer dizer?
"São imagens", ela rebate. "Você vai cantando e vendo as imagens, sem muita complicação. É som. É simples."

RIO-BAHIA
A criação de "Recanto" exigiu uma equipe no Rio e outra em Salvador. Filho de Caetano, Moreno dirigiu Gal na Bahia. Seu pai guiou o time de músicos cariocas: Kassin, Pedro Sá, Donatinho, Davi Morais, Bartolo, Léo Monteiro e outros nomes da nova geração. Os arranjos e as bases instrumentais foram feitos no Rio. Gal nem sequer teve contato com os músicos (chegou a confundir o repórter da Folha com Kassin, o arranjador da maior parte das faixas do disco, que ainda não conhece pessoalmente). Recebia tudo pronto em Salvador e só colocava a voz por cima.
Lembra-se, rindo, de quando recebeu as primeiras versões das bases instrumentais. "Era um tum tum tum, um booooo, um pfuuuuu", imita com a voz sons toscos de videogame. "Perguntava: 'Moreno, mas o que é isso?'. E ele: 'Calma que ainda vai piorar'. O jeito foi abstrair do arranjo e cantar em cima do clique [espécie de tic tac que marca o andamento da música]."
Caetano promete --e Gal concorda-- que o show vai ter a mesma sonoridade. Poucos músicos e muitas programações eletrônicas.Gal não poderia imaginar que daria tamanho salto.

O jornalista MARCUS PRETO viajou a convite da gravadora Universal.

"Disco não sairia se não fosse bom", diz pai de Amy Winehouse

FOLHA

O pai da cantora Amy Winehouse, Mitch Winehouse, disse em entrevista ao jornal "Evening Standard" que o novo disco dela, "Lioness: Hidden Treasures", não sairia se não fosse comparável a "Frank" ou "Back to Black".
"Nossa visão, como familiares, era de que nada sairia a menos que fosse comparável a 'Frank' ou a 'Back To Black'. Se não fosse tão bom quanto esses, não teriamos permitido que saísse", contou Mitch.
O pai da cantora falou ainda que escutar a voz da filha, morta em julho deste ano, não foi fácil. "Por um lado, foi muito difícil escutar o disco, mas por outro, precisávamos garantir que a qualidade fosse boa", acrescentou.

Steffen Schmidt/Associated Press
Cantora Amy Winehouse em foto tirada durante apresentação na Suíça em outubro de 2007
Cantora Amy Winehouse em foto tirada durante apresentação na Suíça em outubro de 2007

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Novo disco de Victor & Leo chega às lojas

Thatiana Mendes
do Agora
Em um momento em que grandes sucessos sertanejos falam de festas e baladas, os irmãos Victor e Leo continuam seguindo a linha que os consagrou, com canções sobre o amor e a natureza.
A faixa "Amor de Alma", já nas rádios, dá nome ao mais novo disco da dupla, lançado neste mês, que conta com a participação de Paula Fernandes.
"Nós temos referências que vão desde a música regional sertaneja até o rock internacional. Antes de nos tornarmos conhecidos, as pessoas diziam que, se quiséssemos ter sucesso, teríamos de fazer algo parecido com o que estava no mercado. Nunca nos rendemos a isso", diz Victor.
Das 12 faixas, oito são assinadas por Victor --uma delas, "Mal Resolvido", composta em parceria com Leo.
Entre as regravações estão "Sexy Yemanjá", de Pepeu Gomes, e um "pot-pourri" com os clássicos "Fuscão Preto", "O Doutor e a Empregada" e "O Fuscão e a Empregada" --herança dos 15 anos que a dupla passou cantando em bares.

sábado, 19 de novembro de 2011

'Feliz demais', Beth Carvalho lança 1º álbum de inéditas em 15 anos

Álbum marca reencontro da cantora com produtor de primeiros trabalhos.
Volta aos palcos acontece neste sábado (19) no Rio de Janeiro.

Flávio Seixlack Do G1, em São Paulo
 
“Estou feliz demais”. Assim Beth Carvalho descreve ao G1 a nova fase de sua carreira. Não é por menos. A cantora voltará de vez aos palcos em novembro – no dia 19 no Rio de Janeiro e no dia 26 em São Paulo – após passar dois anos de cama por problemas na coluna. Mais do que isso, o ano também fica marcado por seu regresso ao estúdio para gravar “Nosso samba tá na rua”, seu primeiro álbum de inéditas em 15 anos e o 36º de sua carreira. “Estou muito satisfeita com o repertório, acho que consegui falar de todos os temas de que gosto, como negritude, amor, Carnaval, feminismo e Mangueira”.
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Beth Carvalho em foto de divulgação do disco "Nosso samba tá na rua" (Foto: Washington Possato/Divulgação)
Beth Carvalho em foto de divulgação de  "Nosso samba tá na rua" (Foto: Washington Possato/Divulgação) Como de costume, Beth Carvalho definiu as canções do disco depois de mostrá-las a um júri popular, que votou nas preferidas. “Foi o que me deu um prumo maior pra escolher as 15 finais”. Antes disso, porém, ela gravou 25 sambas de uma seleção feita a partir do acervo que tem em casa e de composições criadas por novos músicos. “Tenho fitas desde o começo da minha carreira”, conta. “Desse meu acervo, só aproveitei ‘Palavras Malditas’, do Nelson Cavaquinho. Preferi as novas porque dá mais tesão de gravar, mas poderia fazer um disco só com coisas do acervo”.“Nosso samba tá na rua” foi produzido por Rildo Hora, figura que Beth reencontra após 27 anos e que é responsável por alguns dos álbuns mais importantes de sua carreira, presentes nas décadas de 1970 e 1980. Em sua capa é possível ver todos os compositores do disco – com exceção de Chico Buarque e Serginho Meriti – ao redor da Madrinha do Samba, numa foto que remete exatamente a essa época. “É uma soma das capas de ‘De pé no chão’ (1978) com ‘Na fonte’ (1981)”, explica. “É uma festa”.
Além de Rildo, a cantora também reuniu para as gravações nomes com quem já havia trabalhado em vários de seus discos, como Leonardo Bruno, Ivan Paulo e Luis Carlos Reis, fato que acredita ter ajudado no resultado final do álbum. “Não é qualquer um que sabe fazer disco de samba, é muita coisa acústica. A microfonagem, no gênero, é fundamental. Nesse aspecto eu estava tranquila, com gente que sabe o que faz”.Beth Carvalho costuma dedicar cada um de seus discos e, dessa vez, a escolhida foi Dona Ivone Lara. “Acho ela uma grande intérprete e compositora, que faz os ‘lararas’ mais bonitos da MPB. Uma mulher guerreira, que foi a primeira a entrar numa ala de compositores de uma escola de samba. Sou a cantora que mais a gravou”, explica.
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Capa do disco "Nosso samba tá na rua", de Beth Caravalho (Foto: Reprodução)Capa do disco "Nosso samba tá na rua",
de Beth Caravalho (Foto: Reprodução)
A grande surpresa do repertório é a faixa “Arrasta a sandália”, composição de Dayse do Banjo com a filha de Beth, Luana Carvalho. “Achei essa música da melhor qualidade. É samba de gente grande. Acho que merece estar no disco. E ainda canto ela com Zeca Pagodinho, então a Luana estreou com pé direito”, orgulha-se.Por conta de todos esses fatores, Beth Carvalho afirma que “Nosso samba tá na rua” “é o disco mais maduro” de sua carreira. “Deu tudo certo. O estúdio que gravei é muito bom, fica atrás da minha casa. Uma sorte. Um lugar com casinhas, que são pequenos ambientes que isolam um instrumento do outro, e o samba precisa disso. Foi uma delícia”.O novo trabalho será apresentado na íntegra nos shows que Beth Carvalho fará em novembro. O primeiro deles acontece no dia 19 no Vivo Rio, no Rio de Janeiro. Na semana seguinte, no dia 26, a cantora toca no HSBC Brasil, em São Paulo. “[Fazer shows] é a coisa que mais gosto na vida. Estou muito feliz. Vai ter dançarinos, cenário e figurino. Serão shows grandiosos”.
Rio de Janeiro
Onde: Vivo Rio - Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo
Quando: 19 de novembro, a partir das 20h
Quanto: R$ 60 (pista superior) R$ 150 (camarote)
Informações: www.ingressorapido.com.br
São Paulo
Onde: HSBC Arena - Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antonio
Quando: 26 de novembro, a partir das 20h
Quanto: R$ 160 (camarote) R$ 70 (cadeira alta, setor 3)
Informações: www.ingressorapido.com.br

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Rihanna libera novo álbum "Talk That Talk" para streaming via iTunes

Da Redação UOL
  • Capa de Talk That Talk, sexto álbum de estúdio de Rihanna Capa de "Talk That Talk", sexto álbum de estúdio de Rihanna
Rihanna liberou seu novo álbum para audição nesta quinta-feira (17) em sua página no Facebook. Para ouvir "Talk That Talk" os fãs devem curtir a página da cantora e acessar o aplicativo "Unlocked" - o streaming, porém, está disponível apenas para países que possuem a loja do iTunes, o que não inclui o Brasil.O aplicativo faz parte de uma ação em redes sociais para divulgar o disco, que começou em setembro e desde então angariou 700 mil fãs para a página de Rihanna no Facebook, de acordo com o site do jornal "Los Angeles Times".
Na semana passada, Rihanna liberou um teaser com 30 segundos de cada faixa de "Talk That Talk". O lançamento oficial do disco será em 21 de novembro.
O sexto álbum de estúdio da barbadiana inclui o single "We Found Love", parceria com Calvin Harris, e uma participação do rapper Jay-Z na faixa-título, "Talk That Talk".
 
Em estúdio, Rihanna completa a lista de músicas finalizadas de seu novo disco, "Talk That Talk"(05/11/2011) Reprodução/Facebook

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Marisa Monte comenta sobre novo CD

A cantora, que está lançando novo álbum, diz que a simplicidade de suas canções está na clareza das músicas e dos arranjos
DANILO CASALETTI /Época

Seguindo a estratégia de lançar seu novo trabalho, O que você quer saber de verdade (EMI), pela web, Marisa Monte deu uma entrevista coletiva online na manhã desta quinta-feira (3). Os jornalistas, que haviam se cadastrado previamente no site da cantora, puderam ver e ouvir Marisa responder a dezenas de perguntas vindas de diversas partes do Brasil e de Portugal, onde seu trabalho é muito conhecido.

O que você quer saber de verdade chega ao mercado depois de cinco anos de seus últimos trabalhos, os Gêmeos, Infinito particular e Universo ao meu redor, e vem sendo classificado, por conta do clima de amor de suas canções, como um disco popular. Marisa discorda da avaliação. “Não tinha motivo de fazer ou não fazer um disco popular. Eu apenas escolhi as músicas com as quais eu tive mais afinidade, que estavam de acordo com meu desejo nesse momento”, diz.A cantora afirmou que, ao longo da carreira, emplacou diversos sucessos no rádio, que canções como Bem que se quis, Lenda das sereias e Chocolate caíram no gosto das pessoas. Por isso, não haveria motivo para classificar seu novo trabalho como “o mais popular”. Para ela, o “popular” que foi visto em seu novo trabalho vem da clareza das músicas e dos arranjos. Marisa também não classifica o álbum como romântico. Para ela, ele é um “disco solar”. “Ele fala de bem viver, de aproveitar a vida. As músicas que falam de amor também ressaltam o lado de bem viver do amor”, diz.Sobre a faixa título, a pop "O que você quer saber de verdade", parceria de Marisa com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, colegas constantes em seus trabalhos, cuja letra diz "Ouça o barulhinho que o tempo no seu peito faz/ faça sua dor dança", Marisa diz que o que está por trás da letra, e que virou título do disco, é a necessidade de cada um de ouvir a alma, a própria voz. O trio tribalista ainda assina a romântica “Depois” e “Verdade, uma ilusão”.
O novo trabalho também traz novas parcerias, como a com o ex-Los Hermanos Rodrigo Amarante, com quem Marisa se encontrou em Los Angeles, onde ele está morando. Juntos, eles fizeram “O que se quer”. O músico Marcelo Jeneci também assina pela primeira vez uma canção com Marisa, o xote “Hoje eu não saio, não”.

A cantora também falou de duas regravações do álbum. Da era do rádio, Marisa buscou o tango “Lencinho querido”, sucesso na voz de Dalva de Oliveira (1917-1972), em 1956, música que ela havia cantado em show com o grupo Café de los maestros, que também participa da faixa no CD. Mas Marisa afirma que já conhecia a canção há muito tempo. “Sempre gostei de música antiga brasileira. Adolescente, eu gostava de fuçar nos discos da minha avó, do meu pai. Conheço “Lencinho querido” desde os meus 15 anos”, diz.O outro resgate é “Descalço no parque” música do segundo disco do cantor e compositor Jorge Ben Jor, de 1964. “Eu tocava essa música em casa há anos, em passagens de sons. O arranjo original do Jorge é incrível”, diz Marisa.
Último álbum?
A cantora também aproveitou a entrevista virtual para esclarecer rumores de que esse seria seu último CD “Eu falei, em uma entrevista no meu site, que o formato de lançar um conjunto de músicas em um CD está mudando. No futuro, talvez, eu lance música de duas em duas ou de três em três”, diz. “A história virou um telefone sem fio”, afirma. Marisa acha que a tecnologia, que permite que se baixe faixas separadas pela internet, sem a necessidade do CD, vai promover uma volta ao passado, quando artistas lançavam singles. “Carmem Miranda lançava duas músicas no Carnaval, outra no São João, mais uma fim do ano”, diz.O uso da tecnologia para a coletiva também foi assunto da entrevista.

Marisa justificou a escolha. “A coletiva online dá oportunidade para mais jornalistas entrarem em contato comigo ao mesmo tempo. Fica mais democrático. Há muito tempo que queria fazer algo desse tipo”, disse. A cantora também não descartou, no futuro, transmitir seus shows via web. Ainda não há nada definido sobre quando Marisa Monte iniciará a turnê desse novo trabalho. Até o fim deste ano, Marisa vai trabalhar na divulgação do CD, que pode ser ouvido no site dela (www.marisamonte.com.br) desde a última segunda-feira (31). Também não há nenhuma definição de que o show desse álbum possa gerar um novo DVD.

ÉPOCA

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Já caiu na Web-Disco natalino de Justin Bieber estreia como mais vendido nos EUA

Canadense vendeu 210 mil cópias de 'Under the Mistletoe' em uma semana.
Este é o terceiro CD do cantor a ser lançado direto na primeira posição.

Da Reuters
 
Capa do disco de Natal de Justin Bieber (Foto: Divulgação)Capa do disco de Natal de Justin Bieber
(Foto: Divulgação)
O recém-lançado álbum "Under the Mistletoe", do ídolo adolescente Justin Bieber, lidera a lista Billboard 200 na quarta-feira, desbancando os novos trabalhos do rapper Wale e da cantora country Miranda Lambert.O festivo álbum de Bieber vendeu 210 mil unidades na sua primeira semana. É o terceiro álbum do cantor canadense a estrear na liderança, repetindo o feito de "My World 2.0" e "Never Say Never: The Remixes".
O artista de 17 anos, que enfrenta a suspeita de ter tido um filho com uma moça da Califórnia, usou nesta semana o Twitter para agradecer o apoio dos fãs, e divulgou uma animação para a canção "Santa Claus is Comin' to Town". "Nessa última semana e ainda hoje todos os rumores e mentiras possíveis a meu respeito têm saído na imprensa. Simplesmente ignorem... Meus fãs estão aí por mim", escreveu Bieber em seu Twitter."Under the Mistletoe", que inclui colaborações de Mariah Carey, Busta Rhymes, Usher, The Band Perry e Boys II Men, também se tornou o primeiro disco natalino de um artista masculino a estrear no topo da Billboard 200.
Em segundo lugar na lista desta semana ficou "Ambition", de Wale, com 164 mil cópias, seguido por "Four the Record", de Lambert, e "Someone to Watch Over Me", de Susan Boyle. "21", de Adele, caiu para quinto.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Álbum de Lou Reed e Metallica chega às lojas

"Lulu", o álbum de ópera rock que o guitarrista Lou Reed e a banda de heavy metal Metallica gravaram juntos, começa a ser vendido.
A ideia desta parceria surgiu em outubro de 2009, em uma atuação conjunta na festa do "Hall da Fama do Rock and Roll" no Madison Square Garden, em Nova York.
DA EFE

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ouça música inédita de Amy Winehouse, que está no álbum póstumo da cantora

A música "Like Smoke", um dueto de Amy Winehouse com o rapper Nas, foi divulgada na internet. A faixa é o primeiro material revelado do álbum póstumo da cantora, "Amy Winehouse Lioness: Hidden Treasures", que tem data de lançamento prevista para 5 de dezembro.

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