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"A Pele que habito" traz Antonio Banderas como protagonista
Em "A Pele que habito", atual longa-metragem de Pedro Almodóvar, o cineasta se propõe a revisitar as origens de transgressão, estranheza e transexualidade. Para tanto, incomum em sua filmografia, Almodóvar toma uma obra de outro autor para fundamentar seu roteiro. Dessa vez, "Tarântula", de Thierry Jonquet. O filme, protagonizado por Antonio Banderas (atuou com o diretor em "Ata-me"), concorreu em 2011 à Palma de Ouro, em Cannes.
A trama, pontuada por toques científicos, traz a história de Robert Ledgard (Banderas), um cirurgião plástico que, após a morte da mulher queimada num acidente de automóvel, envereda-se pela pesquisa sobre a pele artificial. Soma-se ao fato, um suposto estupro da filha do casal (Blanca Suárez). Na sede por vingança, o cirurgião se depara com Vera (Elena Anaya), uma mulher envolta por mistério e que se torna cobaia do cirurgião em sua experiência. Parênteses: na película, o Brasil é lembrado, ora por meio de um personagem caricato, ora pela canção "Pelo Amor de Amar", interpretada em português pela cantora espanhola Ana Mena. Também, claro, não há como deixar de tecer comparações ligeiras entre a obra almodovariana e o clássico "Frankenstein", de Mary Shelley.Outras estreias da semana: "A Condenação", "O Terror na Água", "O Preço do Amanhã" e a "Casa dos Sonhos". E a pré-estreia: "Um Conto Chinês"
O diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar declarou que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, "é um homófobo obsessivo por mulheres que se orgulha de não ser homossexual", em entrevista publicada nesta sexta-feira pela revista "L''Espresso". Almodóvar, que esteve em Roma na última quarta-feira, viajou a Itália com os atores Antonio Banderas e Elena Anaya para apresentar seu último filme, "A Pele Que Habito". Na ocasião, o cineasta ainda afirmou que Berlusconi é uma "figura muito interessante" do ponto de vista da imagem.
"Na Espanha, os retoques das maçãs do rosto para gerar uma imagem melhor na televisão não estão mais na moda. Lá, os parlamentares tratam de transmitir, embora seja de forma hipócrita, uma imagem de estar perto do povo", explicou.
Após a insistência do entrevistador para obter a opinião de Almodóvar sobre Berlusconi, o cineasta replicou: "sobre vosso presidente de Governo tenho muito mais perguntas que respostas".
Para o ganhador do Oscar por "Tudo sobre minha mãe" (1999), "classificar Berlusconi é complicado", já que "as notícias sobre ele se referem mais ao sexo que à política". Nesse sentido, Almodóvar disse que ele gostaria de perguntar aos italianos sua opinião sobre "o desconcerto e o escândalo que o nome de Berlusconi provoca em todas as partes". Sobre a atual fase de sua vida, Almodóvar declarou que passa a maior parte do tempo "fechado entre quatro paredes", já que deixou para trás os anos "do amanhecer da nova democracia espanhola".
Esse tempo era "muito mais estimulante que o atual, quando andava dando voltas com uma turma de 50 pessoas. Era maravilhoso ser jovem, viver a noite e exagerar", relembrou o cineasta.
Antonio Banderas, protagonista de "A Pele que Habito", comparece à cerimônia de abertura do Festival de Cannes (11/05/2011)
Paris, 11 ago (EFE).- O diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar disse que "não há ninguém melhor" do que o ator Antonio Banderas para encarnar a paixão e o desejo e adorou o fato dele ter aceitado protagonizar seu novo filme, "A pele que habito", 21 anos após terem feito "Ata-me".Em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo semanário francês "Paris Match", Almodóvar, de 61 anos, declarou que tinha "saudade de Antonio" e confessou ter ficado "encantado" quando o ator aceitou o papel principal de sua última obra, que estreia na Espanha em 2 de setembro."Quando terminei de escrever o roteiro, pensei em Antonio e senti que ele estaria pronto para voltar a rodar comigo na Espanha. Não há ninguém como ele para encarnar a paixão e o desejo", destacou à revista.Com a mesma sinceridade reconheceu que ele mesmo como diretor é "obsessivo e meticuloso nos detalhes", até o ponto de poder chegar "a um pesadelo para sua equipe", mas admitiu que "um diretor não deve abusar do enorme poder e da posição de legitimidade que tem".
Sobre se seus filmes são uma espécie de autorretrato, afirmou que se "protege muito mais" que outros célebres colegas como Ingmar Bergman, John Cassavetes e Alfred Hitchcock, embora acrescentou que "a criatividade é mais excitante quanto mais conectada estiver com a realidade".
(EFE).- O imprevisível sempre foi parte de seu universo, mas com "A Pele que Habito", Pedro Almodóvar dá um salto em sua trajetória para um cinema sóbrio e obscuro que o posiciona para a tão aguardada Palma de Ouro em Cannes. "O corpo me pedia para arriscar e é um luxo que me dei", justificou o diretor.
Almodóvar, sempre com vários projetos em mente, tinha fascinação pela história que se concretizou 10 anos depois que o diretor espanhol lesse "Tarântula", o romance de Thierry Jonquet, na qual o projeto se baseou. "Via a vertigem no rosto de todas as pessoas em torno do meu 'staff' ao ler o roteiro, mas eu gostei muito e queria fazer este filme. Até agora me deixei levar pelo meu instinto e aqui estou", explica em entrevista à Agência Efe.
O "aqui" é Cannes, festival que participa pela quarta vez e onde tentará finalmente conquistar a Palma de Ouro com o 18º trabalho de sua carreira. Complexo, perturbador e com inumeráveis reviravoltas no roteiro, o filme vai desvendando a profundidade desses personagens que mudam, literal e figurativamente suas próprias peles. O filme se centra na "magnitude da vingança de um médico contra quem ele supõe ter estuprado sua filha", disse Almodóvar, que com este projeto se reencontra com Antonio Banderas e que também tem no elenco Elena Anaya, Marisa Paredes e Roberto Álamo.
"Queria que a família do filme fosse muito selvagem, muito independente moralmente falando, que não tivesse tido a mesma educação que qualquer espanhol. Que sua cultura não estivesse baseada no castigo e no pecado como a cultura na qual eu nasci e vivi", disse Almodóvar.
Esse território sem referências de punição é composto por uma mãe "que leva a loucura em suas entranhas" e "dois filhos paralelos que são muito mais loucos que ela, extraordinariamente violentos e amorais", explicou. Tal imoralidade é o fio narrativo ao qual Almodóvar se agarra com força, reinventado seu cinema e seu antigo ator preferido, Antonio Banderas. "Ser diretor de cinema é o mais parecido com Deus. O privilégio que ele tem de pôr de pé suas fantasias e de que haja uma equipe artística e técnica à sua disposição para torná-las realidade, é o máximo poder que se pode ter", afirmou.
"A Pele que Habito" é uma "pele nova, artificial, de um novo cultivo" que veste Elena Anaya e que serve a Almodóvar para criar um discurso sobre os perigosos caminhos da ciência e o poder salvador da arte. A atriz repete com Almodóvar após "Fale com Ela" e explica à Agência Efe a experiência única de "poder construir um personagem desde o interior até a superfície, com muitas camadas, com muitas reviravoltas. É um papel que tem uma ação constante sob sua aparente inatividade. Espera pacientemente uma mínima fenda para que consiga sua libertação", reconhece. Mas como já fez em "Ata-me", os papéis de poder, o jogo erótico e dramático é sumamente ambivalente dentro de uma trama moralmente complexa e que não chegará aos cinemas em setembro. "Os feitos humanos são muito contraditórios e o que foi uma barbaridade em um momento pode se transformar em um milagre 20 anos depois. Tudo depende do momento e em acreditar que nada é estático nem intocável", explica um cineasta que já em "Fale com Ela" fez equilibrismos com conceitos tão paradoxais como romantismo e violação. E assim, Almodóvar dá outro ponto à provocação e se posiciona, apesar do desconcerto que criou com o projeto, como um nome forte para a Palma de Ouro que será entregue no domingo. "Isso não depende de mim", reconhece prudentemente. Mas obviamente e por sua renovada capacidade de romper moldes, Antonio Banderas quis parabenizá-lo. "É emocionante ver que um homem como Pedro, que pagou um preço alto por criar um código narrativo diferente dos primeiros filmes, depois de tanto tempo reinventar-se e propor algo diferente". O ator, fetiche de Almodóvar em sua época mais radical, reaparece não por acaso com um personagem "mais maduro, mais econômico, mais 'monotônico' e mais heavy", reconhece em entrevista à Efe, rompendo com a imagem de "simpático e barroco" do ator, em palavras de Almodóvar durante um encontro com um pequeno grupo de jornalistas. Mas "A Pele Que Habito", aproximação minimalista e contida a uma trama absolutamente explosiva, é também para Almodóvar um exercício de nudez. "A austeridade do filme é para mim uma das grandes novidades. Fui o mais austero que poderia ser", concluiu um diretor cuja pele, diz, está "com ferimentos mais ou menos cicatrizados" mas que "o que não quer é ser nostálgico".
THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes
Antonio Banderas, protagonista de "A Pele que Habito", comparece à cerimônia de abertura do Festival de Cannes (11/05/2011)
Pobre Almodóvar. Em “A Pele que Habito”, seu novo filme exibido hoje (19) em Cannes, o diretor espanhol se arrisca mais uma vez num filme sombrio, com clima de thriller, um pouco na linha de “Má Educação” (2004).Antonio Banderas volta às mãos do diretor 21 anos depois de “Ata-me”, como um cirurgião plástico obcecado em reconstruir a pele de sua esposa morta num acidente. Em paralelo, ele busca vingança para sua filha que foi estuprada.Banderas comemora o retorno aos braços do diretor. “Almodóvar não é só parte da minha carreira, mas também da minha vida. Voltar a ele é como voltar para casa - meu país e minhas raízes, com todas as suas grandezas e contradições”.Na parte final de "A Pele que Habito", o filme constrói uma surpresa que se revela decepcionante - mas não se pode falar para não estragá-la. Na sessão de imprensa, o público ria e até gargalhava em algumas cenas feitas para serem dramáticas.
Ao final, alguns aplausos tímidos. O filme estreia em novembro.O roteiro é adaptado do livro “Tarântula”, do francês Thierry Jonquet, que Almodóvar leu durante uma viagem de avião há muitos anos. Depois das comédias pop e dos melodramas, Almodóvar está feliz em fazer um thriller.“É um dos meus gêneros favoritos. Por um tempo, pensei até em fazer um filme mudo e preto-e-branco, mas depois mudei de ideia", comentou. Entre as influências, o cinema noir de Fritz Lang e o francês “Os Olhos Sem Rosto” (1960), de Georges Franju.Banderas falou das dificuldades em encarnar um psicopata, protagonista do filme. “Desta vez, Almodóvar não me deixou sorri. Robert é um homem que diz diálogos cruéis com uma naturalidade absoluta. Foi bem difícil para mim”. O elenco ainda tem Elena Anaya e Marisa Paredes.
Brasil positivo e negativo
O Brasil ganha uma referência boa e outra ruim em "A Pele que Habito". Zeca (Roberto Álamo), meio-irmão de Robert (Banderas), é um vendedor de drogas que cresceu no Brasil e foge da cadeia para reencontrar a mãe. (Numa cena curta, o garoto é visto em flashback correndo numa favela na Bahia). Quando aparece em cena, Zeca está vestido de “Tigrão”, fantasia que conseguiu durante o Carnaval - quase um clichê.
TRAILER DO FILME ''A PELE QUE HABITO''
A boa é a música “Pelo amor de Amar”, gravada por Helena de Lima, cantora dos anos 50 e 60. Na história, ela é cantada em português por Norma, a filha de Robert.
Almodóvar explicou as referências brasileiras. “Cito o Brasil no filme porque o país possui uma grande tradição de cirurgiões estéticos. O primeiro de quem ouvi falar foi o Ivo Pitanguy, nem sei se ele ainda está vivo.” (Sim, Pitanguy está vivo e tem 84 anos.)“Estive três ou quatro vezes na casa de Caetano Veloso na Bahia. O Brasil é um dos lugares mais ricos do mundo musicalmente. Gosto das canções mesmo de antes da bossa nova, e muito da música eletrônica de hoje”, confessa o cineasta espanhol.
(EFE).- O cineasta espanhol Pedro Almodóvar concorrerá à Palma de Ouro na 64ª edição do Festival de Cannes, entre os dias 11 e 22 de maio próximos, junto a nomes como Lars von Trier, Nanni Moretti, Terrence Malick e Paolo Sorrentino, anunciaram nesta quinta-feira os organizadores.
O filme "A Pele que Habito" do diretor espanhol é um dos 19 concorrentes deste ano, explicou o diretor do Festival, Thierry Frémaux, reconhecendo que a inclusão de Almodóvar ocorreu de "última hora".O diretor espanhol viu finalmente incluído seu filme junto com os de outra seleção de diretores, veteranos e jovens cineastas que apresentam inclusive sua primeira obra.Almodóvar volta ao festival acompanhado de outros cineastas consagrados, alguns deles "frequentes" de Cannes, como Lars von Trier, Nanni Moretti e Aki Kaurismäki.O dinamarquês Von Trier apresentará "Melancholia", Moretti levará a Cannes seu filme "Habemus papam" e Kaurismäki estreará no festival seu filme "Le Havre", rodado na França.Os organizadores do Festival de Cannes anunciaram que uma das atrizes "preferidas" de Almodóvar, Penélope Cruz, também estará neste ano na Croisettte, com "Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas", que será exibido fora da competição.Este ano Cannes será aberto com o filme de Woody Allen "Midnight in Paris", embora não esteja competindo.Além dos mencionados, competirão os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, com "Le Gamin au Vélo", Terrence alick, com "The Tree of Life" e Julia Leigh, com "Sleeping Beauty".
Completam a lista Bertrand Bonello ("L'apollonide-Souvenirs de la Maison Close"); Alain Cavalier ("Pater"); Joseph Cedar, com "Bir Zamanlar Anadolu'da"; Naomi Kawase ("Hanezu no tsuki") e Maïwenn, com seu filme "Polisse".Os outros filmes são: "La Source des Femmes", de Radu Mihaileanu; "Ishimei", de Takashi Mike; "We Need to Talk About Kevin", de Lynne Ramsay; "Micael", realizado por Markus Schleinzer; "This Must be the Place", de Paolo Sorrentino e "Drive", dirigido por Nicolas Winding Refn.